Na próxima folia, a azul e branca levará para a avenida o enredo “Nessa festa, eu levo fé”,
desenvolvido pelo carnavalesco Paulo Barros

Com a quadra cheia de componentes e torcedores apaixonados, a Unidos de Vila Isabel escolheu neste
domingo o seu samba para o Carnaval 2023, quando cantará o enredo “Nessa Festa, Eu Levo Fé!”.  Entre
três obras finalistas, peneiradas a partir de 12 inicialmente inscritas, a azul e branca optou pela
composição da parceria liderada pelo poeta Dinny da Vila (identificada ao longo do concurso, iniciado
em setembro, como samba 13).

Os versos escolhidos vão ilustrar a proposta do carnavalesco Paulo Barros de levar à Sapucaí uma ode
às festas de cunho religioso que mobilizam populações do Brasil e mundo afora. Junto a Dinny da Vila,
também assinam o hino os compositores Kleber Cassino, Mano 10, Doc Santana e Marcos.

O refrão principal faz referências ao Rei Momo, figura central do Carnaval carioca; ao poeta Noel
Rosa, histórico morador do bairro onde está situado a agremiação; à bateria da Vila e ao termo “evoé”,
saudação em louvor ao deus Dionísio, associado às festas na mitologia grega.

Diz o trecho: “O Rei Momo convidou minha Vila Isabel / Nessa Festa Eu Levo Fé, sou herdeiro de
Noel / No tambor da Swingueira / Toda a luz do meu axé, evoé, evoé”.

O resultado foi anunciado no palco da quadra pelo presidente de honra da Vila, Aílton Guimarães Jorge,
o Capitão Guimarães. O dirigente destacou o samba como uma grande promessa para a temporada e disse
ainda que a disputa “não deixou perdedores”, num elogio às outras duas obras finalistas (das parcerias
lideradas pelos compositores JC Couto e Rafael Tinguinha).

Também participaram do evento Luiz Guimarães, presidente da Vila e Moisés de Carvalho, diretor de
Carnaval da escola. Entre as presenças ilustres celebradas pelo público, a rainha de bateria Sabrina
Sato e Paulo Barros atraíram a atenção por onde passaram. No palco, o intérprete Tinga e o mestre de
bateria Macaco Branco garantiram a trilha sonora de sambas clássicos que embalaram um megashow de
segmentos da agremiação.

Foram destaque ainda o bailado do casal de mestre-sala e porta-bandeira Marcinho Siqueira e Cris
Caldas, bem como a dedicação ao samba no pé por parte das musas Dandara Oliveira, Andréa Andrade e
Paula Bergamin.

No ano que vem, a Vila (e suas estrelas) será a terceira escola a desfilar na Segunda-feira de
Carnaval, em 20 de fevereiro.

Confira a grande festa realizada pela agremiação, e o anúncio do samba vencedor a partir de 03 horas e 07 minutos: 

Confira a letra do Samba:

Viver de bem com a vida semear felicidade
Sentir o peito transbordando de amor
Ver o sagrado e o profano em sintonia
Cair dentro da folia foi Deus baco que ensinou
O mundo canta forte, canta alto
Pelas ruas o cortejo
No batuque e na dança
Pedir, agradecer e celebrar é o dom de superar
Renovando a esperança

Eu sou da Vila
Batizado no terreiro fé no protetor
Salve o padroeiro
A voz do morro traz o samba na raiz
O ano inteiro sou festeiro e sou feliz

Eu sigo em frente encarando o dia a dia
É garantido e caprichoso emocionar
Na explosão de cores, show de alegria
Água de cheiro oferendas ao mar
Triunfei anarriê no arraiá brindei
E foi tão lindo
Erguer a taça festejei
Renasce na saudade a nossa devoção
Vou respeitando a diversidade
Seja qual for a religião

O rei momo convidou minha Vila Isabel
Nessa festa eu levo fé
Sou herdeiro de Noel
No tambor da Swingueira
Toda a luz do meu meu axé evoé, evoé

Enredo: ‘Nessa festa, eu levo fé!’

A religiosidade que motiva grande parte das comemorações em todo o mundo tem sua origem em cultos a divindades consideradas profanas se colocadas em oposição à ideia monoteísta, de um único deus, propagada por algumas religiões. Na festa do Carnaval da Vila Isabel, a fé vem acompanhada da diversidade, onde todos os deuses fazem parte da história de uma só humanidade, que trilha caminhos diferentes em busca da felicidade.

No começo, foi Dionísio na Grécia. O deus grego foi o princípio de tudo. Tempos depois, a mitologia romana incorporou Dionísio como Baco. O deus da uva, cultuado na época das colheitas, percorreu muitos lugares para semear a nova devoção, a entrega absoluta ao mais irresistível desejo: o de celebrar! Seu vinho entorpecia os sentidos, embriagava a alma, aproximava os corpos, libertando as mulheres que dançavam em rodopios para homenageá-lo e se entregarem ao êxtase místico. Seus ensinamentos frutificaram e atravessaram os séculos. Baco, o deus das festas, atendendo ao chamado da Vila Isabel, renasce e inicia uma nova caravana que chega à Sapucaí e faz um desfile para afastar a tristeza, animar os corações e semear felicidade.

O cortejo divino que invade a Avenida e contagia o público canta forte e canta alto, embalado pelo ritmo emocionante da bateria. Todos dançam para evocar a divindade que deu origem a todas as festividades! Evoé! Evoé! Que soem os tambores! A festa de todas as festas vai começar!

QUEM NOS ENSINOU A FESTEJAR… FORAM DEUSES MILENARES!

Se os antigos gregos e romanos nos brindaram com o mais puro vinho da celebração, os egípcios nos ensinaram a comemorar o ano inteiro. Seus festivais eram uma espécie de libertação, de catarse coletiva dos problemas da vida dura e entediante, onde o que se queria era brincadeira e diversão para afastar as tensões das guerras, agradecer e pedir favores aos deuses. De todas as festas, uma das mais populares era dedicada a Bastet, deusa da fertilidade, da reprodução, da embriaguez, da dança e do amor, que tinha o poder de fertilizar a terra e as pessoas, sendo celebrada na época da semeadura para invocar boas colheitas.

Da Mesopotâmia, vem o Akitu, uma espécie de pacto, onde o destino da humanidade era receber prosperidade se cultuasse os deuses. Marduk, uma divindade de vida, morte e renascimento, inaugurava um novo ciclo de estações para a agricultura, sempre que os humanos o cultuavam. Esse antigo festival de tradição assíria acontece até os dias de hoje. O que poucos sabem é que ele influenciou o mundo na realização das festas do Ano Novo. Feliz Akitu!

Uma explosão de cores começa a encantar a Avenida com o Holi Festival, um dos mais antigos da Índia, que se espalhou por diversos lugares do mundo para comemorar a chegada da primavera e da renovação da esperança. As pessoas jogam pós coloridos umas nas outras, e as cores simbolizam o amor das divindades hindus Krishna e Radha.

A Inti Raymi, Festa do Sol, é a mais importante celebração da cultura andina, que remonta aos tempos da chegada da ocupação Inca em território peruano. O festival tem origem em uma súplica para que o deus Sol iluminasse as montanhas geladas no topo das Cordilheiras dos Andes e garantisse bons períodos de plantios e colheitas. Mas, naverdade, esse culto foi inspirado pela antiqüíssima civilização de Tiwanaco, na Bolívia, onde está a famosa Porta do Sol.

As tradições milenares representadas no Ano Novo Chinês, uma festa que dura 15 dias, ganham vida na Passarela! A Dança do Leão, que vem dos tempos das dinastias Han e Tang, como uma cerimônia para exorcizar espíritos maléficos e invocar sorte e felicidade, faz parte dessa tradição. O Festival das Lanternas encerra as comemorações e é muito especial, pois é a primeira noite de lua cheia do calendário da China, marcado pelo retorno da primavera. Acredita-se que o imperador Han Ming, um defensor árduo do budismo, há cerca de dois mil anos, ao saber que os monges, em respeito ao Buda, iluminavam os templos com lanternas, no décimo quinto dia do primeiro mês lunar, ordenou que todos acendessem lanternas em suas casas nessa mesma data.

Iluminada a Avenida pelos cultos que pediam proteção e prosperidade aos antigos deuses mitológicos, o cortejo atravessa o tempo para apresentar as festividades que direcionam a devoção de seus fiéis a divindades e santos protetores em diferentes lugares do mundo.

TEM PADROEIRO NO MUNDO INTEIRO!

As ruas espalhadas em todo o planeta recebem devotos o ano inteiro, para louvar seus protetores e padroeiros. São milhões de pessoas que se dedicam a praticar a fé com a paixão de quem quer obter uma graça, agradecer ou, simplesmente, participar da festa! O sentimento coletivo de comunhão e alegria mantém vivas tantas tradições e manifestações populares mundo afora.

E, no Japão, são incontáveis as divindades e celebrações! De origem xintoísta, os festivais “matsuri” reverenciam guardiões de templos e cidades, por todo o país. O consagrado Santuário Okunitama celebra a divindade Okami, guardiã de sua antiga província, em dias e noites de festivais lotados, como o Kurayami. As procissões de cores, andores, ritos e trajes típicos simbolizam o encontro feliz do povo com o divino e perpetuam a cultura japonesa.

Pelas ilhas Filipinas, na Ásia, o Festival Sinulog recebe milhões de pessoas de diversos lugares, encantadas com as danças rituais e amúsica dos tambores e gongos nativos em homenagem ao protetor Santo Niño. A devoção à imagem do Menino Jesus surgiu a partir da fusão do catolicismo com as crenças dos povos originários, que os colonizadores não conseguiram impedir.

Em terras irlandesas, irreverentes e animados desfiles celebram o Dia de São Patrício, padroeiro nacional, refletindo o sincretismo da fé católica com as tradições pagãs dos antigos povos celtas e seus sacerdotes druidas. O verde das fantasias de duendes e do trevo, símbolo de sorte e do início da primavera desde os ancestrais, toma conta das ruas, com muita música, comida e bebida!

Já em Valência, na Espanha, a adorada santa protetora recebe uma bela e colorida homenagem que deslumbra a todos. O cortejo da Oferenda das Flores à Virgem dos Desamparados ocorre durante os festejos das “Fallas” pagãs locais. Milhares de “falleras” e “falleros”, com seus trajes típicos e bandas animadas, caminham pelas ruas até a praça da Basílica da Virgem, levando buquês que vão formar o manto da colossal imagem da padroeira da cidade, construída especialmente para receber as oferendas florais. É um espetáculo de alegria e devoção!

A FESTA NOSSA DE CADA DIA

Baco, o deus do êxtase, conduz o desfile às terras brasileiras, onde os festejos também pertencem ao reino do sagrado e do profano. As festas nossas de cada dia têm o poder de espantar a dor e a misériacom a mais pura alegria! O país possui inúmeros folguedos de fé que mostram a diversidade de tradições e o sincretismo de elementos cristãos, afro-brasileiros e indígenas.

Uma das maiores manifestações religiosas populares da Bahia é a Lavagem das escadarias do Bonfim. O ritual que reúne milhares de pessoas no Largo do Bonfim, bem em frente à igreja, no alto da Colina Sagrada, se repete todos os anos, desde o final do século XVIII. Todos se vestem de branco, a cor de Oxalá, o deus iorubá sincretizado com Nosso Senhor Jesus Cristo. As baianas da Vila fazem a festa do Senhor do Bonfim! É água de cheiro para Oxalá e oferendas no mar para Iemanjá! Em várias regiões do país, multidões se encontram nas areias das praias ou participam de procissões para homenagear a divindade afro-brasileira e Rainha do Mar. Na Festa de Iemanjá, a vaidosa orixá recebe flores, perfumes, espelhos, bijuterias e comidas, que são colocados em pequenos barcos e lançados nas águas por seus devotos e admiradores.

Mas “num tem festa mió” que a Junina! É Santo Antônio, São João e São Pedro, é pular fogueira, dançar quadrilha e comer de um tudo que é comida típica! Colocar a roupa caipira, brincar no ritmo contagiante do “arraiá” e cair na festança até o dia clarear! E não perder o casamento na roça, que, além de divertido, faz homenagem ao santo casamenteiro.

Os festejos de fé se espalham pelos campos e cidades brasileiras. A Cavalhada, um folguedo que veio de Portugal, tem origem nos torneios de cavaleiros medievais. É a teatralização de uma batalha ao ar livre entre cavaleiros cristãos e mouros, belamente ornamentados, que acontece em diversas cidades do interior. Outros personagens irreverentes e mascarados, de caráter profano, também fazem parte desse folclore, saindo pelas ruas a galope em uma grande algazarra!

Em Belém do Pará, acontece o Círio de Nazaré, a maior manifestação católica do país e um dos maiores eventos sagrados do mundo! A cidade inteira é pura emoção e alegria! Milhares de pessoas querem participar da procissão e agarrar a corda utilizada para puxar a luxuosa berlinda que transporta a imagem da santa. Para os romeiros, a corda representa o elo com Nossa Senhora de Nazaré. Ao tocá-la, participam intensamente da fé do Círio de Nazaré.

Símbolo da magia amazônica, o Festival de Parintins arrebata multidões e brincantes, que, ao som dos tambores e da toada, defendem as cores dos bois-bumbás. A grande manifestação folclórica brasileira envolve religiosidade e fantasia, para contar a história dos povos da floresta e as lendas do boi-bumbá. O apogeu do espetáculo é o auto da ressurreição do boi, com a intervenção do poderoso pajé. O público vibra!

A MORTE É UMA FESTA!

Baco, o deus da renovação e da alegria, conduz o desfile por festejos e ritos que transformam a tristeza da morte em uma grande celebração à vida e à memória dos que partiram. Essas homenagens festivas fazem parte do legado de culturas e tradições ancestrais em que a morte é entendida como uma forma de renascimento espiritual, um ciclo contínuo de vida, e não um fim! Também representam o momento de reencontro feliz e de reverência aos antepassados.

“Está bem, agora vai ser sempre assim. Os mortos não reviverão mais quando se fizer Kuarup, somente as suas almas! Agora vai ser só festa!”. Assim profetizou o mítico Criador Mavutsinim, ao fundar o Kuarup, o ritual das nações indígenas do Alto Xingu, em homenagem aos mortos. Na aldeia, são dias de festividades, para honrar a história daqueles que se foram e libertar suas almas para viverem na eternidade.

Os povos africanos Dogon, da região de Mali, também cultuam seus antepassados e realizam festivais e cerimônias, como a Dança das Máscaras, para que os falecidos descansem no mundo espiritual. Em solo sagrado, celebram com trajes e máscaras coloridas, que simbolizam a conexão entre o mundo do Sol e o da Terra, onde a vida e a morte se encontram.

O Festival do Fogo, que acontece nas Ilhas de Shetland, na Escócia, é celebrado por descendentes vikings, que, ao final do desfile, queimam uma embarcação lançada ao mar, ao som de cânticos, comidas e bebidas. A apoteótica cena que encerra o festival remonta às antigas celebrações funerárias dos guerreiros vikings, que acreditavam que a morte gloriosa em batalha os levaria a Valhala, o mítico Salão dos Mortos, onde viveriam e comemorariam com os deuses.

De origem ancestral, o Dia dos Mortos, no México, celebra avida e a memória dos antepassados. Acredita-se que somente nessa época as almas podem voltar para visitar seus entes queridos. As pessoas se fantasiam, festejam e montam altares com comidas ebebidas, flores e velas, para guiar os espíritos em seu caminho. As caveiras belamente pintadas, como “La Catrina”, são o símbolo mais popular da festa e da cultura mexicana!

Em Nova Orleans, a música faz parte da vida e da morte! Os cortejos do Jazz Funeral são uma tradição religiosa importante da cultura afro-americana local. Nas marchas fúnebres, as bandas de metais começam tocando músicas solenes, mas, após o enterro, os ritmos se tornam comemorativos e catárticos. Todos cantam, dançam e agitam lenços, para festejar a vida e a história de quem partiu.

Já no dia 31 de outubro, em diversos países de origem anglo-saxônica, como os Estados Unidos, os mortos são celebrados em festejos com enfeites e fantasias “assustadoras” e divertidas. O famoso Halloween tem suas raízes no festival da colheita Samhain, dos antigos povos celtas, que marcava a chegada do inverno como a aproximação com o mundo dos mortos. Ao longo dos tempos, a festa pagã foi sendo adaptada, até ser instituída pela Igreja Católica como a Véspera do Dia de Todos os Santos.

CARNAVAL: NESSA FESTA, EU LEVO FÉ!

Todos os anos o mundo se prepara para comemorar uma das mais impressionantes festas do calendário religioso: o Carnaval! Inspirado nas celebrações pagãs da Antiguidade, ele foi incorporado pela Igreja Católica, como o tempo permitido aos fiéis para cometerem todos os pecados: embriagar-se, comer muito e se entregar aos prazeres da carne até a Quaresma. Alguns dos carnavais mais divertidos entram no cortejo da Vila, para revelar ao público formas diferentes de brincar nessa folia divina e profana que encanta multidões.

No ano da consagração da Basílica de São Marcos, um monarca medieval local decretou que, no Carnaval de Veneza, todos deveriam se divertir, sem se preocuparem com a posição social. Desde então, a cidade recebe animados foliões, que, escondidos atrás de lindas máscaras e vestimentas, só se reconhecem na euforia da deliciosa brincadeira dos carnavais de rua!

Se, para se divertir em Veneza, é preciso apenas uma máscara, já em Santa Cruz de Tenerife, nas Ilhas Canárias, desfiles extravagantes exibem fantasias alegóricas que ocupam as ruas, surpreendendo a multidão, que, alegremente, canta, dança, come e bebe sem limites!

Bailes e bandas animam o Mardi Gras, em Nova Orleans, onde se misturam tradições europeias, africanas e caribenhas. A distribuição de colares de miçangas e contas para os brincantes é típica dos desfiles populares, além das cores roxa, verde e dourada nos adereços, fantasias e alegorias.

A Escola de Noel iniciou seu desfile conduzida pelo deus Baco, mostrando a origem das festas religiosas e nos encantando com seu legado de alegria e diversão. Agora, a divindade do prazer escolheu concluir sua trajetória no lugar mais animado de todos: a Marquês de Sapucaí, onde acontece o maior espetáculo a céu aberto da Terra: o Carnaval carioca! O cortejo toma conta da Avenida, reverencia e conduz o Rei Momo, personagem histórico, expressão maior do nosso sentimento divino de realeza e do triunfo do prazer! Na Apoteose, o Rei anuncia:

“Diga aos súditos da folia
que, no final dessa história,
vocês que semeiam alegria
merecem colher a vitória!
Evoé! Nessa festa, eu levo fé!”

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