//Primeiro Dia de Desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2020

Primeiro Dia de Desfiles do Grupo Especial do Carnaval 2020

ESTÁCIO DE SÁ

A Estácio de Sá abriu o desfile do grupo especial com o enredo “Pedra”, desenvolvido pela carnavalesca Rosa Magalhães. A escola do morro de São Carlos pisou forte na avenida. Cometeu um erro ao colocar a ala do universo, duas alas atrás do que estava previsto no roteiro de desfile, o que pode custar pontos no quesito enredo.

Mas, cumpriu a proposta de contar a história da Pedra, ainda que o samba não tenha conseguido dialogar em toda a apresentação, com a plástica bem desenvolvida da professora. A comissão de frente representando a evolução da humanidade não apresentou nenhuma característica inovadora, mas convenceu com os bailarinos muito bem ensaiados pela coreógrafa Ariadne Lax.

Destaque positivo para o primeiro casal Alcione e Zé Roberto. A roupa dela representava o Rubi, uma pedra preciosa, e aparentava ser muito pesada. Ainda assim, ela conseguiu realizar toda a dança sem cometer erros. O nível satisfatório de alegorias e fantasias, e a garra dos componentes conferem à escola grande possibilidade de permanecer no grupo especial.

UNIDOS DO VIRADOURO

A julgar pelos ensaios nas ruas de Niterói, a Unidos do Viradouro não fez nada além do que mostrou nos treinos e era esperado, um desfile simplesmente arrebatador.

O samba foi o grande destaque da escola que teve vários pontos positivos. “Ensaboa mãe” foi o verso certeiro de uma samba leve, gostoso, e contagiante. Através dele, a escola interagiu com o público ao longo de todo o desfile.

Outro destaque foi o bom desenvolvimento do enredo, com clareza, e ótimo impacto visual. A cada ala, a cada alegoria, a escola despertava o interesse de descobrir o que estava por vir. Cores e formas que prenderam a atenção e encantaram.

Componentes soltos, alegres, cantando muito, fantasias leves, e uma evolução que pode ganhar nota dez.

A verdade é que a vermelha e branca se dedicou, fez todo o dever de casa, e pode sim desbancar favoritas e abocanhar o primeiro lugar. A segunda escola a desfilar no Domingo pode ser a grande campeã.

MANGUEIRA

O público viu, até aplaudiu, mas não se emocionou. O envolvimento foi uma espécie de hipnose. A plástica impecável de Leandro Vieira chamou e prendeu a atenção.

O recado foi claro. Mas, talvez pelas discussões e ataques que precederam a semana de desfiles, o público não se envolveu a ponto de se emocionar. Apenas viu estático, a toda beleza da escola.

Jesus negro, com cabelo platinado foi genial. A ideia de mostrar com imagens a pluralidade do Messias foi muito bem cumprida. Leandro deu aula! O samba, tão criticado, serviu muitíssimo bem tanto à bateria, quanto à estética; dialogou com o meticuloso trabalho do carnavalesco do início ao fim.

O samba não teve grande desempenho no sentido de interação, o público não cantou junto; preferiu permanecer no  papel de espectador. Mas foi sem dúvida a letra mais primorosa do carnaval 2020.

Os versos “Procura por mim nas fileiras contra opressão, e no olhar da porta-bandeira pro seu pavilhão” são de um gigantismo sem igual. Que mensagem bem transmitida!

PARAÍSO DO TUIUTI

O Paraíso do Tuiuti cantou Dom Sebastião e São Sebastião nesta folia. Depois de uma armação tensa, a escola iniciou o desfile com dificuldades, enfrentando problemas na entrada do carro abre-alas, e em seguida componentes correram para tentar tapar o buraco que se abriu já no início do cortejo.

Se comparado a carnavais anteriores, o carnavalesco que volta ao grupo especial, João Victor Araújo não deixou a desejar, apresentando estética satisfatória. O único porém foram algumas fantasias de difícil leitura.

Ponto positivo para o mestre Ricardinho com bossas que só abrilhantaram mais o bom samba. E destaque para os belos e precisos giros da primeira porta-bandeira, Danielle Nascimento, ao lado de Marlon Flores que a conduziu sem erros.

GRANDE RIO

Mais uma escola com problemas logo ao entrar na avenida, assim como a co-irmã que a antecedeu.
A escola entrou na avenida sem acoplar o carro abre-alas, e enquanto a primeira parte da alegoria já tinha percorrido aproximadamente 70 metros, a segunda parte do carro permanecia na concentração, enfrentando grande dificuldade para entrar na avenida.

Este problema ainda no início do desfile resultou em dificuldades ao longo do percurso que podem acarretar em perdas de pontos em harmonia, e ainda em alegorias e adereços, já que o carro sofreu alguns danos.

Um dos pontos positivos da escola foi o enredo ‘Tatalondirá: o canto do caboclo no Quilombo de Caxias’, com plástica de altíssimo nível e bom gosto, dos carnavalescos Gabriel Haddad e Leonardo Bora.
Outro destaque, ao longo dos seus 68 minutos de apresentação, foram os componentes se comunicando com o público, evoluindo bem, cantando muito o belíssimo samba da escola.

ILHA

Sexta escola a desfila, a tricolor da ilha não fez um bom desfile. Foi um cortejo confuso, a começar pela equivocada concepção artística. O enredo foi pensado para ser uma crítica social, mas em vez da leveza e o colorido que o carnaval exige, afinal é uma festa.

A escola optou por um caminho denso, por contar uma história de forma pesada, chegando a um resultado ruim. A pouca ou nenhuma criatividade nas fantasias e nas alegorias foi mais um dos pontos negativos. Havia fantasias que pareciam simples roupas, nada ou pouquíssimo caracterizadas, dificultando muito a leitura do enredo.

A escola também enfrentou problemas na evolução. Um dos carros parou no meio da avenida, o que causou um buraco enorme entre os setores 6 e 10, além de alguns outros buracos entre alas, o que deve custar a perda de alguns pontos.

Não bastasse isso, os componentes correram, e ainda assim estouraram o tempo regulamentar de desfile em 1 minuto. Este foi sem dúvida o pior desfile do grupo especial até o momento, o que credencia a agremiação a possivelmente desfila na série A na próxima folia.

PORTELA

Encerrando a primeira noite de desfiles do grupo especial, a águia de Madureira fez um belo cortejo, digno de voltar no Sábado das campeãs, mas não necessariamente ocupando o primeiro lugar.

Nos vários pontos positivos da escola, nada brilhou mais do que o Portelense, seu alto astral, sua boa energia, com seu canto vibrante e emocionado. Lage mais uma vez deu uma aula de estética. Carros alegóricos muito bem resolvidos, ainda que fossem pequenos. Outro grande momento da azul e branca, foi a dança com movimentos ágeis e cheia de força de Marlon, e Lucinha, tendo como ponto alto a simulação de dar à luz, que a porta-bandeira fez. Era arriscado, mas deu certo e só abrilhantou o bailado do casal.

O ponto negativo ficou por conta da comissão de frente. Apesar do consagrado Carlinhos de Jesus ter levado para a avenida uma coreografia que prendia a atenção dos foliões, os bailarinos tiveram vários problemas de acabamento com a fantasia. Além disso, a alegoria de apoio parou de funcionar após o primeiro módulo de julgamento.

Por Redação Publicando News